Social media não é uma disciplina

Existem algumas perguntas que estou cansado de ouvir: “O Facebook vai acabar? O Twitter ainda é bom? O Google+ vai virar?”. Independente da resposta que eu daria e do fato dessa pergunta ser feita por publicitários e empresários que querem saber onde devem investir o seu dinheiro, essas são perguntas erradas se pensarmos no médio prazo e estão tratando Redes Sociais como um canal apenas e não como um comportamento. Redes sociais não vão acabar.

No futuro, podemos não ter Facebook, Twitter etc mas o comportamento de se conectar com outros continuará como sempre aconteceu. Devemos mudar o foco de canais para assuntos. Sendo assim, temos que mudar a maneira de pensar comunicação nesse cenário. Está ficando cada vez mais claro que o formato que vem sendo usado talvez não seja o melhor.

Há alguns anos eu escrevi um post aqui no B9 em que perguntava onde, em uma agência de publicidade, a área de Social Media deveria ficar. Na época o debate ficou ao redor de Planejamento, Criação ou uma área separada. Acho que hoje eu tenho uma noção melhor de onde a área de Social Media deveria ficar em uma agência de publicidade e a resposta é simples: Em todo lugar.

Explico. Talvez tenha chegado a hora que Social Media não deva mais ser vista como uma disciplina ou departamento. Social Media, na minha opinião, deve ser vista como uma maneira de pensar. É uma maneira de pensar em que tudo pode ser assunto, em que todo formato é válido se gerar conversas e em que toda interação é uma oportunidade de gerar um assunto novo.

Talvez tenha chegado a hora que Social Media não deva mais ser vista como uma disciplina ou departamento

Talvez tenhamos que sair da fase em que tudo é anúncio e entrarmos em que tudo é assunto. Em que o mais importante é ter um assunto bom, que gere conversas em qualquer rede social. E por rede social entenda qualquer ambiente que junte um grupo de pessoas com algum interesse em comum e isso pode acontecer no clube, futebol das terças feiras, na praia e claro, no Facebook, Twitter, Google+ e Whatsapp. Por que no final das contas, redes sociais sem comunidade e conteúdo/assunto não existem.

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E com certeza, temos que evoluir da fase em que “tudo é curto prazo”. Seja corrida por fãs, corrida por likes, corrida por acessos e por aí vai. Do jeito que as coisas estão indo, falar em crescimento orgânico é quase um palavrão. Tudo é apenas aquisição. Somos todos colonizadores. Chegamos numa terra nova e saqueamos as riquezas desse local até esgota-las. Somos uma nuvem de gafanhotos e destruímos tudo que vimos pela frente. Raramente vemos uma estratégia baseada em branding, marca ou relacionamento. Médio ou longo prazo são termos usados quase sempre em situações ruins. Ninguém tem tempo para esperar.

Nesse cenário de pensar Social Media como disciplina, tudo muda. As vezes eu tenho a impressão que Social Media nas agências é exatamente o que Digital era 10 anos atrás quando comparado com Offline. Há um desinteresse generalizado para fazer esse tipo de trabalho. O que é curioso é notar que muitas vezes, quem tem a postura de resistência são as pessoas de digital e que sofreram isso no passado. Agora para e pensa se a mesma coisa também não acontece com o “pessoal de Mobile”. É amigo, não está fácil para ninguém.

Não há nada extremamente técnico nas entregas de Social Media que não possa ser entregue pelas áreas que já existem na agência

Naquela época, quem era de áreas offline, não se metia em online. E tinha essa divisão muito clara. “Ele é de online” vs “Ele é de offline”. Ao invés de pensar a comunicação como um todo, pensávamos em nichos e isso acabava gerando buracos na estratégia e na execução. Online era apenas o apêndice das campanhas. E aí hoje eu vejo isso acontecendo com Social Media. “Fulano é de Social” e, por ser de Social, essa pessoa tem a obrigação de saber fazer tudo relacionado a esse mundo.

Primeiro por que isso não existe, cada pessoa terá a sua especialidade e segundo por que o grande motivo de “Fulano é de Social” e tem que fazer tudo é um argumento bem próximo do que acontecia 10 anos atrás nas agências tradicionais: preguiça e medo de ter que aprender algo novo. E por causa disso, ainda acontece algo que até hoje eu vejo em agências maiores. Já vi isso acontecer em planejamento que é falar que o trabalho feito por tal planner é nível de offline. Isso só aconteceu porque não estão pensando na comunicação mas sim em disciplinas e quem entrega o que.

Na minha opinião, a maneira de combater isso é não tratar Social Media como uma disciplina mas sim como uma maneira de pensar. Ou seja, se pensarmos como disciplina, a única coisa que teremos é uma agência dentro de outra agência e isso dificilmente vai ser rentável principalmente por conta da sobreposição de funções e tarefas.

Se pensarmos nas áreas de uma agência, vemos que quase todas as funções existentes numa agência tradicional já poderiam ter capacidade de entregar qualquer job de digital, social media ou o que quiser. Basta ter profissionais para isso dispostos a sair da zona de conforto, se adaptar e aprender algo novo. E isso serve para os dois lados. Tanto para quem originalmente veio de offline quanto para quem originalmente veio de Digital/Social Media.

Basicamente, se as áreas da agência começarem a pensar em como aquele briefing poderá se tornar um assunto que as pessoas irão falar a respeito e não em que espaços ele deve preencher, tudo muda e podemos passar para a próxima fase.

E o que precisamos, e vou repetir o que escrevi antes, é ter profissionais dispostos a sair da zona de conforto, se adaptar e aprender algo novo. E aí é onde está a grande barreira hoje. A zona de conforto é tão… confortável.

Mas se a agência tem um departamento de Social Media a função que não está em nenhum lugar da agência e que as vezes acham que é o que define Social Media é a parte de interações e gestão da comunidade (ou Community Manager). Nesse cenário, vemos de novo que o SAC não deve estar na agência e que a função de Community Manager deixa de ser operacional e passa a ser estratégica e tática.

É detectar padrões e alimentar BI, Planejamento e Criação com insights sobre o que está acontecendo na comunidade numa versão mais Qualitativa e a Mídia sobre o que está funcionando e que merece investimento para amplificar o alcance daquele conteúdo. Ou seja, o Community Manager acaba funcionando também como um consultor para as áreas da agência que ele se relaciona. Mas acho que isso merece um post só sobre o assunto.

Claro que ainda vão existir as agências especializadas em Digital, em Social Media e etc. E a entrega delas será completa com todas as áreas pensando apenas nesse prisma e focado no que deve ser feito em canais digitais e Social media. O que quero dizer é que não há nada extremamente técnico nas entregas de Social Media que não possa ser entregue pelas áreas que já existem na agência.

Para confirmar o que estou falando, pense em uma agência de conteúdo. A entrega dela é baseada nos melhores canais em que aquele conteúdo deve estar. Uma parte na TV, outra parte na internet, outra em print, rádio, etc. Claro que existem restrições de orçamento, relacionamento com outras agências e etc. Mas deixar um conteúdo solitário numa mídia só pode ser uma miopia sem tamanho no negócio delas.

Então, para finalizar, o que quero dizer é o seguinte: estamos falando de comunicação. Temos que pensar em soluções de comunicação e não de quem entrega o que e onde. Falar hoje de comunicação 360º, Transmídia e etc nunca foi tão verdadeiro.

O momento que vivemos é claro: ou soma ou some.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Braincast 70 – Vida de Estagiário

Fazer estágio significa aprendizado com experiência prática, mas diversos estereótipos se criaram nos últimos tempos, como o “escraviário” ou aquele que é culpado por todos os erros. No Braincast 70 conversamos sobre as atribuições de um estagiário em publicidade, as expectativas da empresa, o que diz a lei, além das diferenças entre estagiar em comunicação em relação as outras áreas, e também entre Brasil e exterior.

Carlos Merigo, Saulo Mileti, Luiz Yassuda, Cristiano Dias e Guga Mafra contam suas histórias do tempo de início de carreira, e discutem os números de uma pesquisa realizada com os leitores do B9 que fazem ou já fizeram estágio.

Faça o download ou dê o play abaixo:

> 0h02m27 Comentando os Comentários?
> 0h12m50 Pauta principal
> 0h57m54 Borracharia do Seu Abel
> 1h03m40 Qual é a Boa?

LINKS:
Como é ser estagiário no Google
Tirinhas do Allan Sieber
Direitos do Estagiário
Manual do Estagiário (Eugenio Mohallen)
B9 no Instagram

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Africa transforma seleção de estágio em circo

A Africa aprontou em seu novo processo seletivo de estágio (de um mês) para estudantes. Tudo o que ela pede é que os candidatos mostrem seu “talento” (não, nada de peças fantasmas: vale dançar, cantar, sapatear, pagar um mico e garantir a risada de alguns publicitários) em 30 segundos para um júri que contará também com Anderson Silva, comediantes do Pânico na TV e até o saudoso Décio Piccinini.

Está lá no Facebook deles, bem como todos os comentários criticando a iniciativa. Este post é mais um.

Por que eu sinceramente aconselharia a você, jovem estudante que gostaria de estagiar na Africa, que ignore este processo bastante esdrúxulo?

Não acho que você precisa ser contratado só porque foi o moleque “gente-boa” que fez a Sabrina Sato rir.

Não tenho tantos anos de vida, é verdade, mas já faz algum tempo desde o meu primeiro estágio. Como a maioria dos estudantes que resolvem cursar Publicidade e Propaganda, eu também queria uma vaguinha no departamento de Criação das mais inspiradoras agências do mercado.

Para isso, passei por diversos processos seletivos. Claro, ouvi mais “não” do que “sim”, realizei trabalhos pouco glamurosos (sites de empresas pequenas, principalmente), até que um dia uma agência me deu uma oportunidade. Em toda a trajetória, não houve um minuto de desrespeito a mim ou ao meu trabalho, por mais amador que a maioria dos trabalhos parecesse.

A partir de então, tudo foi rápido, por maior que seja o clichê. Um dia, eu já estava selecionando estagiários e, por mais engraçado que alguns currículos e portifólios fossem, não poderia desrespeitar um jovem que também doou parte de seu tempo se inscrevendo em uma vaga. Feedbacks foram dados quando possível e alguns foram contratados.

Eu também sei que um dia já tive uma pasta horrorosa e umas ideias ruins que eu pensava serem geniais. E não acho que virei o melhor publicitário do mundo. Mas respeito o meu valor, fui muito respeitado enquanto estive no mercado e respeitei também o valor de diversos profissionais.

Faço aqui um sincero apelo: respeitem-se e ignorem processos seletivos como este.

O que quero dizer ao estudante hoje é: se você se esforçar, tiver boas histórias, bom repertório, boas idéias, ou mesmo bons projetos pessoais, sua hora de estagiar vai chegar. Pode não ser na agência dos seus sonhos, mas você vai aprender um pouco por onde passar, se tiver humildade e respeito suficientes, e vai deixar a sua marca, se souber valorizar o seu trabalho.

Se este Brainstorm9 é realmente bastante lido por estudantes de publicidade do Brasil, eu faço um sincero apelo: respeitem-se e ignorem processos seletivos como este. Não acho que você precisa ser contratado só porque foi o moleque “gente-boa” que fez a Sabrina Sato rir. Todos os dias, há vagas de estágio brotando neste mercado. Você pode começar a sua trajetória de uma maneira melhor.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Braincast 36 – Pizza na agência

Em outras profissões, a jornada de trabalho é de 8 horas + 1 hora de almoço. A de um publicitário não costuma ter regras.

Em outras profissões, quando emergências acontecem e é preciso trabalhar um pouco além do normal, ganha-se hora extra ou banco de horas. Um publicitário costuma ter mais emergências assim, e – às vezes – ganha um “obrigado”, e claro, uma boa (ou não) pizza por ficar além do horário.

No Braincast 36, discutimos a prática que é um patrimônio instituído das agências de publicidade: as madrugadas de trabalho. Carlos Merigo, Saulo Mileti, Fabio Mendonça e Eduardo Sabaté debatem os motivos, a tendência de transformar o trabalho em um ambiente informal, dividem experiências e contam porque a teoria do “vou chegar mais cedo, adiantar, fazer a minha parte e sair num horário melhor” não costuma funcionar.

Faça o download ou dê o play abaixo:

[0h01m45] Comentando os Comentários
[0h44m00] Borracharia do Seu Abel
[0h49m07] Qual é a boa?

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Braincast 24 – Saí de Agência: E agora?!

“Saí de agência… e agora?” Essa é a pergunta mais feita pelos profissionais que, após anos de trabalho, decidem seguir carreira solo ou até mesmo mudar completamente de área. Alguns abrem suas próprias agências, outros se tornam escritores, artistas plásticos, fotógrafos e por aí vai. E para conversar sobre esse assunto, colocamos quatro destes desbravadores na mesa: Saulo Mileti, Luiz Yassuda, Agê Barros e Eduardo Bellotto.

Faça o download ou dê o play abaixo:

[0h02m30] Comentando os Comentários
[1h00m40] Borracharia do Seo Abel
[1h02m20] Esse eu Indico
[1h04m30] Qual é a Boa?

Críticas, elogios, sugestões para braincast@brainstorm9.com.br ou no facebook.com/brainstorm9.

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Ele queria ir embora cedo. Mas teve que fazer “Hora Extra”.

Sabe todas as noites que você já virou na agência? Esse curta é inspirado nessa história tão trivial, mas que aqui ganha contornos trágicos. Bem, menos do que poderia ser caso a vida não estivesse 100% no modo FML nesses momentos.

Os 9 minutos de “Hora Extra” demoram pra desenrolar, mas é tudo parte da tensão. E um detalhe: pro departamento estar todo vazio assim, só podia ser mídia ou atendimento mesmo. ;)

A direção é de Rodrigo Frederico.

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Tumblr da semana: Essa é a vida publicitária

As altas aventuras e confusões de vida de publicitário (fudido) sempre rendem piadas. Por mais clichês que sejam, a graça nunca vai embora.

Então reúna todas essas situações de uma típica agência com GIF’s animados, e você terá o genial: This Advertising Life.

Separei aqui alguns momentos memoráveis, mas você DEVE ver tudo.

Quando o cliente começa a falar

 

Quando estou esperando alguém elogiar o meu título com sacadinha

 

Como eu me sinto quando termino um projeto

 

Quando eu começo a perceber alterações que ninguém me contou

 

Quando me contam, impávidos, de que vou ter que começar tudo de novo

 

Indo embora da agência na sexta-feira

 

O fim da conversa em que o meu diretor de criação dá a entender que terei problemas

 

Quando percebo que a moça da limpeza está no banheiro

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The Digital Executioner

O tempo passa, mas convenhamos, esse pessoal de internet em muitas agências ainda são conhecidos como “a galerinha do flash”. “- Joga lá uma banana pra eles”, já diria o mais abusado.

O carinha do flash também é visto como um “executador”. Ele faz tudo o que tem a ver com esse negócio de digital aí. Facebook, HTML5, Unit9, realidade aumentada, mobile, QR Code, viralzinho, métricas e afins.

Obviamente, o responsável por passar o job sempre tem uma filha trabalhando em Nova York, com uns contatos maneiros pra colar todas essas buzzwords num site com a cara do 4chan.

O The Digital Executioner traz infinitos jobs imperdíveis desse tipo, daqueles que você pode fazer até de graça, pois vai ficar bonito no portfolio. Basta clicar em “Get another brilliant idea” e se divertir.

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Office Cupid: Um tweet para o seu amor criado pela R/GA

Nesse Valentine’s Day, a R/GA transformou o Twitter da agência em cupido virtual.

Você escolhe o/a @ que deseja conquistar, descreve algumas características da pessoa, e os estagiários redatores da agência tratam de criar uma mensagem personalizada para o seu amor.

É o #OfficeCupid. Tenta lá: rgaofficecupid.com

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E aí, @marcello_serpa?

Unique Types Marcello Serpa

O projeto Unique Types, que comentamos aqui em setembro passado, pediu para que designers do mundo inteiro criassem uma fonte inspirada em quem tem alguma deficiência física. Um projeto da AACD desenvolvido pela AgênciaClick.

Agora, depois de diversas fontes criadas, o projeto entra em sua segunda fase: convencer os diretores de arte de agências a utilizarem os tipos em seus anúncios. Para começar, o mais famoso deles no Brasil: @marcello_serpa.

Além do vídeo abaixo, a campanha pede para que as pessoas usem o Twitter para tentar convencer o cacique da AlmapBBDO. O único problema é que bem agora ele resolveu dar um tempo dos 140 caracteres, ainda que deva estar conferindo os replies secretamente.

Brainstorm #9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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