Ação de Coca-Cola altera o beep dos caixas de um supermercado

Cannes Lions chegando e as ações one time only começam a aparecer em maior quantidade, tanto no Brasil quanto de agências estrangeiras. Não apenas buscam o prêmio, claro, mas também a viralização na internet. Semana passada falei dessa iniciativa da Ubisoft, por exemplo, que já acumula quase 10 milhões de views em poucos dias.

Só esse recente exemplo já deixa velho o papo de fantasma. Podemos até questionar a veracidade da reação das pessoas, mas quando se trata de alcance e efetividade, a internet mudou tudo.

Essa ação da Coca-Cola é bem menos megalomaníaca, mas também faz uso de um artifício divertido. Provavelmente realizada uma única vez em um supermercado de outro país (Rio Grande do Sul), mas que vai encontrar sua repercussão online.

Funcionou assim: Em vez do tradicional beep eletrônico dos caixas de supermercado, ao passar o refrigerante a registradora emitia um sinal sonoro remetendo a música da marca, a chamada “Cokes 5-note tune”

Criação da Ogilvy Brasil.

Coca-Cola

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Uma pegadinha genial da DHL com suas concorrentes

Ao invés de gastar uma fortuna com veiculação de sua publicidade, a DHL encontrou uma maneira econômica e divertida de divulgar sua marca.

Foram produzidas algumas caixas amarelas com o logo e a frase “DHL is faster” (a DHL é mais rápida). Essas grandes caixas foram cobertas com uma tinta preta, sensível à temperatura, congeladas, e então enviadas para alguns endereços através de suas concorrentes UPS, TNT e DPD. Com a temperatura abaixo de zero as caixas ficam pretas, mas quando as caixas esquentavam dentro dos caminhões das concorrentes, a tinta preta desaparecia e se revelava a propaganda, veiculada brilhantemente por entregadores uniformizados de suas principais concorrentes nas ruas.

Claro que os endereços de entrega foram devidamente escolhidos em grandes centros urbanos e com câmeras previamente posicionadas para filmar o case 🙂

Idéia simples e genial, com pouco budget investido.
Não consegui achar a agência que fez, se alguém souber comente aqui por favor 🙂  A agência responsável pela criação é a alemã Jung von Matt/Neckar (valeu Alessandro).

 

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Update:
Na busca pela agência que criou a campanha, acabei achando uma resposta muito boa da DPD (uma das empresas sacaneadas na ação) através do Twitter. No texto abaixo (em alemão) eles dizem que “a DHL é mais rápida quando a DPD faz a entrega 😉

dpd

 

OBS.: Depois do último Braincast eu quase escrevi o título deste post assim “VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR O QUE A DHL FEZ COM SUAS CONCORRENTES” em homenagem ao Merigo, mas achei que seria sacanagem 😛

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Domino’s: Nova embalagem de pizza criada pela Crispin Porter + Bogusky

Já há alguns anos, a Domino’s vem tentando se reinventar e explorar seu comprometimento com a qualidade e transparência. Campanha da Crispin Porter + Bogusky colaboraram muito com isso, é claro, mas a empresa de fato promoveu uma grande mudança em seus produtos.

É por isso que essa nova embalagem de pizza, também criada pela agência, traz a inscrição “3 years in the making”. A tipografia ornamentada procura destacar que a pizza é feita como um trabalho artesanal, com massa feita na hora, sem nenhum ingrediente congelado.

Domino's Pizza

O fato da caixa ser na cor preta, imediatamente me lembrou Jack Daniel’s, que segue a mesma linha visual em suas campanhas, mas no segmento de fast-food certamente foge da multidão.

Domino's Pizza
Domino's Pizza
Domino's Pizza

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O drywall do Niemeyer

Nota do Editor: Ontem, logo após o anúncio da morte de Oscar Niemeyer, vi o glorioso Pedro Guerra contando no Twitter sobre uma breve experiência profissional e publicitária com o arquiteto. Na mesma hora pensei, essa história merece um post no B9. Enchi o saco dele, e aí está. Um belo exemplo de que nem tudo está à venda, e podemos até nos orgulhar quando um trabalho dá “errado”. [Carlos Merigo]

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O trabalho de naming (nomear, dar nome, caraio!) é dos mais ingratos. Embora tenhamos que obedecer certos critérios estabelecidos pelo brief, todo o resto é absolutamente subjetivo. Pepsi mais parece nome de enzima. Tem certeza que Picanto é um bom nome para um carro ou para qualquer outra coisa? E Cafusa? Uma bola tem que pelo menos saber para onde vai… Meu dupla e grande compadre Kleyton Mourão é exemplo vivo de que pais e mães não raramente se dão mal neste departamento.

Pois bem, anos atrás recebemos um pedido para criar e desenvolver a programação visual para um novo serviço de um grande banco estatal, destinado a clientes do segmento que normalmente se chama de premium. O Banco Real tinha o Van Gogh, o Itaú tinha o Personalité. Esse banco queria criar o seu. E para isso pediu um nome que fosse sinônimo de brasilidade, que designasse elegância e que fosse internacionalizável, de expressão global.

Fizemos dezenas de exemplos, e dentre alguns escolhidos para apresentarmos ao cliente tinha o “Niemeyer”. Eles adoraram, aprovaram na hora. Voltamos para a agência começamos o trabalho visual. Lembro que o logo foi feito com aquelas linhas frágeis, traçadas meio sem força ou convicção, com as quais normalmente o Niemeyer desenhava os seus croquis. Eram linhas brancas num fundo azul marinho, representando uma menina tentando alcançar uma estrela. Tudo muito elegante: envelopes, timbrados, placas de sinalização, letreiros, enfim.

Meu fiapo de ligacão com o gênio se partiu como se fosse feito de drywall.

Fizemos o famoso book (livro, porra!) com todas as peças, tudo aprovado pelo cliente. Agora era apresentar para o próprio Niemeyer e ver o que um dos maiores expoentes da arquitetura moderna tinha a falar sobre o assunto. E ele respondeu assim, ó:

– Não.

Lembro até que o “til” era bem sinuoso, meio parecido com o Copan. Ficamos decepcionados. O Niemeyer disse que não queria ter seu nome associado a um banco, mesmo que fosse um banco estatal. Há outra versão para a reprovacão. Ele teria dito que não era tão importante para merecer tal distinção.

O fato concreto, sem trocadilho, é que meu fiapo de ligacão com o gênio se partiu assim, como se fosse feito de drywall. E se me perguntarem qual das duas versões da recusa do Niemeyer eu acredito, digo que é a segunda. Aí eu posso falar pros meus filhos, acochambrando um pouco a realidade, que o Niemeyer não se sentia a altura do trabalho que eu tinha feito.

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