TED oferecerá conteúdos exclusivos para o aplicativo Paper, do Facebook

Esqueça a história de interface amigável. Nesta semana, o app Paper será uma central de conteúdo exclusivo, ao menos na seção ‘Ideias’. Resultado de uma parceria entre o Facebook e o TED, conhecido por destacar ideias que valem a pena serem compartilhadas, o aplicativo exibirá durante toda esta semana postagens, fotos e apresentações vindas diretamente da edição deste ano da conferência, que acontece em Vancouver, no Canadá.

ted-paper-facebookUm incentivo e tanto para acessar o Paper, que apesar do visual bacaninha, não andou retendo muitos usuários. Essa é a primeira iniciativa do Facebook para trazer conteúdos de terceiros para dentro do app, e caso a experiência seja bem sucedida, é provável que novas parcerias sejam feitas no futuro. “Durante toda esta semana, vamos permitir que as pessoas possam experimentar o que acontece no TED, mesmo que elas não estejam lá”, argumenta Michael Reckhow, gerente de produto do aplicativo.

A programação especial do TED na seção ‘Ideas’ do Paper vai até o dia 21.

 

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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Corrida por cliques: O risco de se criar conteúdo com engajamento artificial

Semana passada o Yassuda escreveu um post incrível aqui no B9 sobre como a nova ~tendência~ nas redes sociais são chamadas no estilo Upworthy ou listas como o BuzzFeed. Logo depois o Passamani escreveu a sua visão sobre o tema em outro post ótimo. Eu acho muito bom quando posts geram a vontade de debater esses assuntos e que isso extrapola os comentários no blog e viram posts em outros blogs. É isso que a internet e as redes sociais vêm fazendo há anos.

Aí eu resolvi escrever algo a respeito disso. É capaz que eu não consiga acrescentar nada de novo já que, como o Passamani bem colocou no post dele, tudo está mudando sempre. Mas vamos lá.

Tem um trecho do post do Yassuda que eu acho que vale repetir:

“O mais importante de tudo é que o bom conteúdo persiste. Upworthy e BuzzFeed são fenômenos relativamente novos, mas grandes blogs estão aí até hoje. Alguém lança uma nova maneira de burlar Facebook e Google, mas quem fica no fim é aquele que entregava conteúdo efetivamente bom.”

Existem duas maneiras de ler essa trecho.

BuzzFeed

Uma delas é algo que já venho dizendo há algum tempo: Trabalhar com Social Media (e conteúdo também) não tem atalho e dá trabalho mesmo. Então faça um conteúdo bom, persista que seu conteúdo uma hora poderá chamar a atenção e o seu trabalho será recompensado. O lance é exatamente esse. Todo mundo quer atalho. Todo mundo quer viver de renda. Todo mundo quer trabalhar pouco e ganhar uma fortuna. Afinal de contas, todo mundo tem mais o que fazer além de ficar trabalhando, né? Errado.

É esse pensamento que nos trouxe até esse ponto que estamos. Gente, trabalho não é palavrão. Trabalhar criando conteúdo para blogs, canais do YouTube e etc não é ruim e é um trabalho como qualquer outro. O lance é que muita gente acha que criar um blog, copiar conteúdo, colocar chamadas de efeito, caprichar no SEO e colocar links de afiliados é o que vai te dar todas essas possibilidades. Isso é uma falácia. Isso dura algum tempo e com a inclusão digital, parece que nunca vai parar porque continua funcionando.

Agora adivinha o que também continua funcionando? SPAM. É e mesmo assim isso não é uma coisa boa. É, novamente, alguém tentando um atalho. E como todo atalho, ele vicia. E a pessoa fica achando que só assim funciona. Já passamos por muitas fases nas Redes Sociais e em conteúdo. Já passamos pela parte do Seeding (com personagens falsos enganando as pessoas), pela polêmica do post pago, pelo Curte e Compartilha, agora estamos na fase das listas e chamadas malandras. O engraçado é que isso sempre continua até ninguém aguentar mais, aí para e começa a ser motivo de chacota.

Um erro baseado na câmara de eco que nossos feeds causam é a falsa sensação de que todo mundo está falando sobre o mesmo assunto

O BuzzFeed mesmo usando listas (e agora testes) como seu carro chefe tem também uma parte sua de editorial mais sério e ~tradicional~ com matérias políticas que furam a CNN e tudo. Então, acho que quando usamos o BuzzFeed como exemplo acaba sendo o que as pessoas compartilham mas não a qualidade do seu conteúdo como um todo. É um erro baseado na câmara de eco que nossos feeds causam. Uma falsa sensação de que todo mundo está falando sobre isso.

Mas se pararmos para pensar, os grandes responsáveis por essa corrida atrás do próprio rabo somos nós, publicitários, brand managers, gerentes de marketing e etc. Nós estamos querendo acelerar as coisas. Para mostrar competência. Para bater metas. Para mostrar que esse é um canal importante. Mas o grande problema é que estamos usando as métricas erradas. Redes Sociais são ideais para o relacionamento. E como todos nós sabemos, relacionamentos é baseado em confiança. E confiança é baseada em empatia para dar o primeiro passo. É assim com qualquer relacionamento. Entre pessoas e entre marcas e pessoas.

Você não pensa em comprar algo diferente só para testar. Alguma coisa fez com que você considerasse isso, certo? Você não começa a flertar com qualquer um mas sim com quem você acha que tem empatia e que combina com você. Só que ao tentarmos acelerar isso, seja com a corrida por popularidade de ter mais fãs/seguidores, seja por quem tem uma ~taxa de engajamento~ maior, na minha opinião acabamos errando. Ao invés de usarmos os dados que temos das pessoas que já se relacionam conosco para entender melhor como cada conteúdo mexe o ponteiro de awareness e compras, na maioria das vezes só queremos mais, mais e mais.

É uma herança da Revolução Industrial mas que não se aplica tanto em um mundo com tantos nichos. Talvez a métrica certa não seja essa. Talvez seja conexão real. Mas, bem, isso dá trabalho então acho que não deve ser muito rentável, né?

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A segunda maneira de ler o trecho é pensar que essa pode ser uma maneira de tentar quebrar a hegemonia de blogs antigos e que se mantém na ativa até hoje e são bastante populares. Mais ou menos como alguns desenvolvedores estavam fazendo na Appstore para ficar entre os Top Grossing apps. Eles começavam com um preço bem alto. Algo como US$ 999. Os próprios desenvolvedores compravam esse app para furar a fila e já tirar dá frente 1000 downloads dos apps padrão.

Ter um ranking tão facilmente manipulável premia quem burla o sistema

Depois de um período eles baixam para US$ 99 e vão baixando aos poucos até chegar nos US$0.99. O sistema é foda. Então eles simplesmente burlavam o sistema e pagavam a Apple para ter essa exposição. Pagavam à Apple porque 30% do valor da venda vai para ela e o resto vai para o desenvolvedor.

Isso, de alguma forma, pode ser visto como investimento de mídia. É de uma maneira legal? Juridicamente sim mas é moralmente questionável. Eles estão jogando com as zonas cinzas do sistema. Mas, de qualquer maneira, conseguiram quebrar um vício desse ranking Top Grossing apps. Porque na real, o que eles estavam fazendo é deixar com que nós preenchêssemos as lacunas.

“Se um app de US$0.99 está entre os que mais lucraram então ele deve ser muito bom e muita gente deve ter baixado. Vou comprar também”.

É um golpe. É um atalho (olha ele aí de novo) e dá o resultado que todo mundo quer. Nem todos os atalhos são golpes, mas atalho, por princípio, é uma maneira de encurtar um caminho ou, segundo o Aulete é um “Método alternativo pelo qual se busca atingir certo objetivo em menos tempo ou com menos esforço”. Não sei o que a Apple está fazendo a respeito, mas ter um ranking tão facilmente manipulável não me parece um bom caminho pois premia quem burla o sistema.

Apps

Se tem uma coisa que podemos aprender com essa história é que o nosso conteúdo tem que deixar algumas lacunas para que as pessoas possam preencher. Esse talvez seja uma coisa que, nós publicitários (clientes ou agência), tenhamos que aprender novamente. É um risco. As pessoas podem não entender mas é uma maneira de mostrar para essas pessoas que não estamos apenas mandando eles fazerem alguma coisa. Estamos induzindo-os a pensar. Talvez seja por isso que algumas séries de posts como as do Oreo ou aquela do LEGO sobre cultura pop tenham encantado tanto.

Corremos o risco de fazer com que o conteúdo da internet seja todo orientado a cliques, com um engajamento falso e superficial

Mas voltando aos posts, o Status Quo incomoda. E muitas pessoas querem mudá-lo logo. A única coisa que as ferramentas estão fazendo é disponibilizando maneiras de tentar acelerar o processo de mudar o seu status. Seja comprando fãs e seguidores ou mostrando o conteúdo para mais gente através de formato de mídia. Mas, adivinha o que acontece com esse formato ao longo do tempo? Ele começa a perder a eficiência. E aí, os dependentes dos atalhos começam a procurar outras maneiras de atingir aquele mesmo resultado. E começam a procurar zonas cinzas nas regras para que possam burlar e serem chamados de inteligentes. Gênios da mídia e etc.

Agora, quem quer manter o status quo muitas vezes continua fazendo o seu trabalho e faz algumas mudanças cosméticas para se adequar ao que chama a atenção e não mudam o resto. É nesse momento que estamos. Com chamadas de veículos tradicionais copiando as chamadas dos sites que fazem sucesso nos índices de compartilhamento para aumentar o número de acessos. E isso é legal. Só não dá para reduzir o seu conteúdo para apenas o que gera clique.

Devemos achar um equilíbrio entre o que a marca quer falar e o que o consumidor quer ouvir. O ideal é ficar na interseção e nos assuntos que o consumidor quer. Caso o contrário, voltamos para o tradicional anúncio de revista que apenas comunica e não gera conversa. Corremos o risco de fazer com que o conteúdo da internet seja como um TMZ ou um Ego potencializado. Tudo orientado a cliques e um engajamento falso e superficial.

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Outra coisa que eu noto é que poucas marcas realmente criam conteúdo por plataforma. Geralmente o tweet vira um post no Facebook, uma foto no Instagram vira um tweet com imagem e um pin no Pinterest. Ou seja, estão partindo do pressuposto que agimos exatamente igual em todas as redes.

Qualquer pessoa que tenha lido a introdução do livro “A Representação do Eu na Vida Cotidiana” na faculdade consegue fazer o paralelo com como agimos em cada rede social. Se as pessoas funcionam diferente em cada rede social, porque continuamos tratando o conteúdo como se uma pessoa agisse da mesma forma na academia e no botequim? Isso porque nem falei do objetivo de cada rede porque isso é feito pelas pessoas que usam aquele serviço.

Se as pessoas funcionam diferente em cada rede social, porque continuamos tratando o conteúdo como se uma pessoa agisse da mesma forma na academia e no botequim?

Gostaria que me indicassem marcas incríveis que foram construídas da noite para o dia. Que tenham nascido da noite para o dia e se mantido bem. Na minha opinião, isso não existe. Eu gosto de citar dois exemplos: o Camiseteria por que eles apostam na força da sua comunidade. Já a Netshoes faz bastante mídia segmentada e isso funciona para eles.

Mas quer saber o que é legal em ambas? É que elas prezam por um serviço/produto/atendimento bom. Uma experiência boa. Claro que tem gente que vai falar mal, que vai ter (ou teve) problemas e tal. Faz parte do jogo. Mas a maioria teve experiências boas com ambas as marcas. Mas de novo, isso não foi conquistado da noite por dia. Isso foi conquistado a duras penas por anos a fio de bons serviços. Se falarmos de marcas antigas então, isso fica bem mais claro.

Então quando vêm me perguntar qual a solução para um conteúdo que dependa menos de mídia, a única resposta que me vem a mente é: esqueça os atalhos. Foque no conteúdo e não pense em curto prazo. Confiança precisa de tempo. E é essa confiança, que a sua comunidade que cresceu organicamente tem por você, que vai fazer com que a sua marca seja divulgada por essas pessoas e que o boca a boca funcione.

É engraçado, antigamente, falar em ter mídia paga em Redes Sociais era um palavrão. Hoje, falar em crescimento orgânico é que soa como algo feio e ineficiente. Mas para mim é o seguinte: conteúdo bom, promovido com inteligência, privilegiando a comunidade ao redor e que não pensa na pressa dos resultados que vêm de atalhos ainda é o melhor caminho.

Calma, gente. É uma maratona, e não 100 metros rasos.

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BBC lança Playlister, um serviço de música

A BBC acaba de lançar o serviço Playlister, uma nova plataforma que permite que os usuários escutem música online, além de salvar, favoritar e adicionar faixas em playlists personalizadas. Estas podem ser ouvidas e armazenadas online, ou exportadas para os canais dos parceiros do projeto: Spotify, YouTube e Deezer.

O serviço também permite que os usuários sigam os DJs da BBC para escutar suas seleções, programas e também receberem recomendações de músicas do mundo todo.

Pensando nos hábitos de seu próprio público, a empresa espera facilitar a vida dos usuários em questões de armazenamento e organização de suas músicas.

Segundo a BBC, sua plataforma pretende dar acesso a mais músicas do que qualquer outra.

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“Nós temos tradição em trazer boa música para nossa audiência. Queremos novamente transformar a relação do nosso público com a música.” – BBC

Parece que a empresa começou a colocar grande ênfase em inovação e interatividade quando se trata de seus serviços digitais. Playlister é um produto internacional com parceiros de peso que, juntamente com provedores de música e ênfase no acesso, compartilhamento e agilidade, pode se transformar em mais um recurso para reter e interagir com sua audiência. Já pensando aqui nos nativos digitais, que estão muito além do rádio e da TV.

Playlister estará disponível nos próximos dias para desktops, browsers e mobile. Por enquanto, é possível testar em beta aqui.

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Eu acredito em conteúdo

É verdade. Eu acredito mesmo. Acho que um bom conteúdo é a grande estratégia para muitas das marcas não só na internet. De revistas customizadas a posts em redes sociais e blogs, um conteúdo bom e bem contextualizado é fundamental.

Em um tempo em que parte do conteúdo que vemos nas redes sociais é basicamente para ser consumido rapidamente, as vezes uma imagem, uma atualização de status, etc., agora começam a aparecer sites, aplicativos e etc focados em textos longos e muitas vezes bons. O Medium é um desses sites que buscam trazer algo novo, o Narratively também traz histórias incríveis.

No SXSW desse ano fui em duas palestras sobre conteúdo bem interessantes. Uma delas foi a “Sustainable Stories from ‘Disposable’ Content” em que um conteúdo interessante era criado de maneira simples. Nessa palestra eu ouvi histórias sobre o Same Hill Different Day com fotos de um mesmo local em dias diferentes (duh!) e sobre o 1 in 8 million feito pelo NYTimes em que é feito um perfil de um personagem de Nova Iorque de maneira simples como a história de Ed Grajales, o homem que conserta Dictaphones.

São coisas simples e realizações simples também mas que fazem um bom conteúdo e a base disso são histórias boas.

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E é por isso que eu acredito em conteúdo. Quando ele é de boa qualidade, em algum momento ele vai achar o seu espaço. E não. Em nenhum momento eu critiquei formatos de conteúdo. Acho que fotos boas no Instagram, Tweets e Status Updates podem ser bons conteúdos. Existem vários exemplos de conteúdos bons feitos em formatos que, teoricamente, não são os ideais para isso. O importante, para mim, é ele passar alguma coisa e fazer sentido para o que a pessoa (ou marca) quer transmitir.

E por falar em histórias boas, vale a pena ver Snow Fall, a história publicada em Novembro pelo New York Times (eles de novo) que inovou na maneira e abrangência de mostrar uma história verídica de snowboarders, esquiadores e uma avalanche. Embora recentemente essa história tenha voltado a tona por conta da polêmica envolvendo o Scrollkit e o post no Medium sobre esse caso, quando você lê Snow Fall, vê os vídeos complementares, gráficos e simulações, além de notar o potencial de se contar uma história usando todos esses recursos, o que está por trás disso tudo é uma história que é muito boa e que emociona.

É um texto bem longo e detalhado e que poderia ter sido resolvido com um mini-documentário mas que os editores optaram por contar de uma maneira super completa com todos os recursos possíveis. Mas o grande lance é que esse é um conteúdo que é para ser consumido com atenção. Não é um tweet, uma atualização de status ou um vídeo de 60 segundos contando um filme inteiro. Até poderia ser mas esse não era o formato ideal para a história que eles queriam contar. Claro que isso só acontece com histórias boas e relevantes. O que me leva a segunda palestra do SXSW que eu vi e que tinha insights interessantes: “Whoah Nellie: Content Strategy for Slow Experiences”.

Um desses exemplos é que conteúdo pode mudar a percepção de uma experiência. Pense em uma fila em um parque de diversões que já vai te preparando para a experiência passa mais rápido do que as filas normais. Alguns brinquedos na Disney ou na Universal são assim. Essa preparação te deixa mais imerso naquele ambiente e faz com que o tempo desagradável que se passa em filas passe mais rápido.

Isso pode ser desde visitar a redação do Clarim Diário na entrada do brinquedo do “Homem-Aranha” até a fila de um brinquedo fazer parte da experiência como no “Exterminador do Futuro”. As pessoas estão descobrindo mais sobre aquele universo através do conteúdo. Umas absorvendo mais, outras menos, mas cada uma no seu tempo e isso acontece porque havia conteúdo suficiente ali para deixar que as pessoas possam se aprofundar.

Quem trabalha com jornalismo já conhece o conceito mas aqui vai para quem não conhece. Podemos considerar que existem dois tipos de conteúdo. Flow e Stock. O primeiro é aquele conteúdo do dia a dia que tem que sair rápido e que geralmente aparece nos feeds de Twitter e outras redes sociais. Já o Stock é aquele conteúdo que pode reaparecer em 2 meses ou 2 anos após ter sido publicado por que seu conteúdo é quase timeless.

Dá até para pensar que o Flow pode ser feito de Stock até porque tem muito mais conteúdo sendo curado e compartilhado do que produzido. Mas entendendo isso já dá para identificar qual a maior parte do conteúdo publicado nas redes sociais, né? O que é basicamente o que falei antes sobre conteúdo produzido e curado. Mas o lance é que muito do conteúdo produzido (e não curado) é apenas Flow. É necessário? É, mas talvez não seja suficiente para fazer com que as pessoas queiram acompanhar o que você produz. Pode funcionar por um tempo mas depois cansa.

Acho que isso pode ser um resultado que vem da noção de que a frequência vai fazer com que seu público lembre de você e que isso basta. A frequência alta de conteúdo ruim é simplesmente isso: muito conteúdo ruim. Shit IN/Shit OUT. Agora se tivermos como parar e produzir conteúdo com uma boa qualidade com uma frequência não tão alta, será que não seria melhor? Será que isso não pode fazer com que você seja visto de outra maneira?

Eu já falei isso algumas vezes aqui no B9, as marcas nunca falaram tanto com seus consumidores quanto agora. Claro que tem o contexto de termos diversas ferramentas para fazer isso e tal mas não é só isso. O fato de o custo de publicação ter caído bastante com a internet é digno de nota mas se esquecermos do custo da produção desse conteúdo, pouco adianta falar muito. Isso vira apenas ruído.

O Buzzfeed começou a produzir conteúdo diferente de apenas listas de celebridades e fotos de gatos. Eles começaram a dar furos jornalísticos e começaram a ser mais respeitados entre os jornalistas e como um veículo. O Jonah Peretti tem uma metáfora bem interessante sobre conteúdo variado que é mais ou menos assim:

Imagine um Café em Paris. Você vai lá, com o jornal Le Monde embaixo do braço e um livro de filosofia. Assim você lerá um pouco de filosofia e as notícias do dia enquanto bebe seu café. Como você está em Paris, sempre tem um cachorro na mesa do lado e você acaba brincando um pouco com ele também e ao olhar para a mesa do lado tem uma mulher bonita e você acaba flertando um pouco também. E assim são as pessoas. O fato de você brincar com o cachorro e flertar não quer dizer que você é idiota e não entende o livro de filosofia.

E é mais ou menos isso que temos que lembrar. A variedade do conteúdo não quer dizer que ele é bom ou ruim. O que vai fazer isso são outras coisas. Claro que quando estamos falando da presença online de marcas, as vezes temos limitações de tema, brand persona e etc mas não somos todos assim? O conteúdo tem que fazer sentido para o que a marca representa/quer representar para o seu público.

Quem sabe quando começarmos a prestar mais atenção na qualidade do conteúdo produzido, começaremos a ver mais conteúdo de boa qualidade numa frequência consumível? Temos interesse em várias coisas. Isso é legal mas será que tudo merece virar conteúdo produzido e compartilhado?

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Jenny and the Chicken simplifica o marketing digital

Era uma vez um garoto chamado Brand, que queria muito ser amigo de uma menina chamada Jenny. O problema é que Brand não fazia ideia de como fazer com que Jenny gostasse dele, então ele resolveu tentar se aproximar do mesmo jeito que todo mundo: pelas redes sociais. O problema é que isso não funcionou, já que Brand só falava dele mesmo e, claro, ninguém quer ser amigo de alguém que só fala de si mesmo.

Com toda cara de livro infantil, o Mash+Studio criou Jenny and the Chicken, uma apresentação ilustrada por Danny Mcclain que tem o mérito de simplificar o marketing digital de uma maneira lúdica e divertida. Mas essa é apenas a primeira parte da história.

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De fato, o Mash+Studio usa Jenny and the Chicken não só para ensinar como as marcas devem se relacionar com as pessoas – ilustrando seus pontos com as tentativas de Brand conquistar a atenção de Jenny – mas também para apresentar seu próprio serviço, a criação de conteúdo divertido e envolvente.

Aliás, é aí que entra a história da galinha, uma metáfora para o conteúdo que é capaz de criar conexões entre marcas e consumidores.

Em resumo, o Mash+Studio aplicou em si mesmo a solução que oferece para os clientes. Não sei quanto a eles, mas a minha atenção eles conseguiram.

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Uma coleção de #fails no Twitter

Na semana passada, o Twitter completou 7 anos. É curioso pensar que só se passaram sete anos, porque parece que foi muito mais. Com 200 milhões de usuários ativos, é difícil – praticamente impossível – para uma marca resistir à ferramenta e às possibilidades que ela traz. Por outro lado, a rede social comprovou, na prática, que consumidores ouvem, mas também querem ser ouvidos. Que quando o conteúdo é bom e tem contexto, 140 caracteres são mais do que suficiente para criar envolvimento. E que se você falar besteira, ela vai se espalhar mais rápido do que rastro de pólvora, e sempre será lembrada em infográficos como este, do Social Commerce Today.

Aqui estão reunidos 16 tweets que não foram muito felizes. Alguns são apenas bobos – é o caso de Clorox com a pergunta “Se o alvejante pudesse falar, o que ele diria?”. Outros, foram extremamente inoportunos, como o da NRA, perguntando aos atiradores o que eles iriam fazer no fim de semana, logo após o tiroteio no cinema de Aurora. Aliás, a Celeb Boutique também foi infeliz com um tweet sobre o vestido Aurora, na mesma oportunidade.

Ainda assim, parece que ninguém aprendeu nada, porque pouco tempo depois várias marcas resolveram amenizar o furacão Sandy e convidar os seguidores para umas comprinhas online…

De qualquer maneira, todo mundo sabe mas vale sempre lembrar que se você tem a conta da rede social de seu cliente em seu smartphone, todo cuidado é pouco. Muitos acidentes começam desta forma, quando alguém confunde seu perfil pessoal com o de uma marca. Redobre este cuidado quando for programar posts com antecedência. Certifique-se de que é aquilo mesmo o que você quer dizer antes de clicar em publicar porque, mesmo que você possa apagar depois, o estrago já estará feito.

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Google Play, uma arma na guerra dos tronos

Ao som de O Fortuna, da ópera Carmina Burana, começa Retribution. A seleção de músicas que se segue também dá dicas sobre o usuário, um certo personagem de Game of Thrones. E o que este personagem pesquisa na Google Play?  Livros de Leo Zeibert e Maquiavel, games como Kingdoms of Camelot e um certo filme, digamos, educativo. Armas importantes para a guerra dos tronos.

Diferentemente do filme do começo do ano – quando o Cookie Monster buscou ajuda no Google Play para emagrecer -, desta vez é preciso estar familiarizado com a trama de Game of Thrones para entender a ideia. E apesar da simplicidade – e de seguir a exata receita do primeiro comercial, até que o vídeo é simpático.

Mais uma vez, a criação é da Mullen.

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Jeans Tellason foca nas histórias de quem usa a marca

Não é sempre que uma marca aceita que seus produtos fiquem em segundo plano dentro de uma campanha. Quando isso acontece, entretanto, e a oportunidade é bem aproveitada, os resultados são gratificantes. É o caso do jeans Tellason, que resolveu apostar nesta velha fórmula em Tellason Stories, uma série de minidocumentários com menos de 2 minutos que contará histórias de pessoas que vestem a marca – e consequentemente endossam os produtos com muito mais propriedade do que qualquer modelo.

O primeiro filme, produzido pela Vertical Online, acompanha Todd Blubaugh, fotógrafo, designer e apaixonado por motocicletas – que ele mesmo constrói, vestindo seu jeans Tellason, é claro. É uma produção bem feita, com um visual bacana, com o mérito de entreter ao mesmo tempo que posiciona o produto de uma maneira interessante.

Vale a pena ficar de olho nos próximos episódios para conhecer as outras histórias e conferir se eles vão conseguir manter a qualidade de Meet Todd.

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Qual o potencial do conteúdo digital no Brasil?

Em dezembro do ano passado, o Ibope Media divulgou um relatório apontando que o Brasil tem 94,2 milhões de usuários de internet. Este número, entretanto, já deve ter sido ultrapassado, visto que foi registrado no terceiro trimestre de 2012. Mas, por que raios estamos falando em números? Porque estes números representam pessoas e todas estas pessoas estão consumindo conteúdo online – inclusive você, neste exato momento. Se há consumidores, então existe um mercado e, consequentemente, a demanda por produtos – e também por produtores.

É aí que começa a seguinte reflexão: qual o futuro deste ramo de negócios no país e onde entram os blogs nesta história toda?

Segundo pesquisadores do Ipea, nos Estados Unidos a indústria de conteúdos digitais chega a representar 10% de um PIB que ultrapassa os US$ 15 trilhões. É só fazer as contas e ver que, por lá, o segmento é bem rentável. Apesar de ainda estar engatinhando, o mercado brasileiro também já dá sinais de seu grande potencial, como bem observou Gaby Darbyshire, COO da Gawker Media.

Há alguns dias, ela esteve no Brasil para visitar os parceiros da F451, responsáveis pelas versões nacionais do Gizmodo, Kotaku, Jalopnik e do recém-finado Jezebel. Em um papo exclusivo com o B9, Gaby contou que há um plano de ampliar este leque – afinal os negócios vão bem por aqui -, mas que o projeto ainda está em fase de estudos. Todo esse tato tem explicação: se por um lado as oportunidades existem, por outro também há a preocupação se público e anunciantes estão preparados para determinados títulos, especialmente após o fim de Jezebel.

Em 2012, a boo-box analisou a audiência de blogs brasileiros com base nos dados de 80 milhões de usuários. As categorias mais acessadas são entretenimento, esporte, tecnologia, automotivos, moda e beleza, que juntos correspondem a 94% dos acessos – um prato cheio para anunciantes. A blogosfera se tornou um segmento tão atraente que não faltam pessoas querendo largar tudo para virar blogueiro profissional, com a ilusão de que o sucesso é instantâneo. Mas não é bem assim.

Se olharmos a trajetória dos principais blogs brasileiros, a maioria está por aí há pelo menos uns 10 anos, como o próprio B9. É claro que há casos daqueles que estouram do dia para a noite, mas nem todos conseguem se manter relevantes sem conteúdo de qualidade.

“É uma verdade imutável que se você produz um conteúdo bom, as pessoas vão querer acessá-lo e retornarão todos os dias, fazendo com que sua audiência cresça”, observa Gaby.

A pegadinha é que “bom” e “ruim” são coisas subjetivas e o que pode ser bom para alguns é ruim para outros, e vice-versa. Então o bom, segundo ela, é aquele que consegue se destacar dos demais e despertar o interesse do leitor dentro de seu segmento, tornando-se relevante. A combinação de relevância, interesse e audiência é o que define a viabilidade comercial da publicação. No caso da Gawker Media, isso se traduz em 40 milhões de leitores mensais, presença em nove países e um faturamento anual de US$ 26 milhões. Nada mal para o que começou em 2002 como um blog de entretenimento criado por Nick Denton, para se transformar em um grupo com 8 publicações – 3 delas (Deadspin, Gawker e Gizmodo) entre as 10 mais lidas do mundo.

Nick Denton & Gaby Darbyshire

Mas nem tudo é perfeito. Apesar de ser um dos títulos de maior sucesso da Gawker Media no exterior, o site Jezebel não deu certo no Brasil. A proposta de abordar cultura, moda, sexo e celebridades com um olhar mais crítico, acompanhando a realidade da mulher contemporânea, acabou não funcionando por aqui e o blog foi desativado no final do ano passado. Talvez o maior pecado de Jezebel tenha sido a incompreensão de seu posicionamento independente, pioneirismo punido com o fim da publicação.

“Nos EUA, Jezebel é gigante. Acreditamos que foi cedo demais para trazê-lo para cá, mas também acreditamos que o Brasil precisa de algo assim. Em algum momento, nós vamos tentar novamente”.

Estratégia & Futuro

Há algumas semanas, o Braincast 47 discutiu a realidade das pequenas e médias agências do Brasil, que atendem clientes locais, com um orçamento bem diferente das polpudas contas do eixo Rio-São Paulo. No mercado da produção de conteúdo digital, mais especificamente dos blogs, a realidade é parecida. É cada vez mais comum blogs que atraem anunciantes locais (e em alguns momentos até mesmo nacionais) por ter um conteúdo regionalizado.

Guardadas as devidas proporções, a estratégia da Gawker Media é bastante parecida ao permitir que seus parceiros trabalhem localmente, de maneira independente, mas sem perder a identidade original das publicações que representam. E mesmo que nem todo mundo goste, é preciso levar em conta que muitos internautas preferem acessar blogs em seu próprio idioma. Se este não é o seu caso e você prefere ler o Gizmodo original, mas fica incomodado com o direcionamento para a versão brasileira, basta alterar os cookies do computador, utilizando os links para os sites norte-americanos presentes em todos os blogs.

Mas, e daí, os blogs vão substituir os meios tradicionais de informação?

Essa conversa de que a internet vai substituir jornais, livros, televisão e rádio rola há anos, mas pelo que pudemos ver até agora, melhor seria dizer que a internet é cada vez mais uma ferramenta para a integração do digital e do analógico. Saber combinar o melhor dos dois mundos é muito mais eficaz do que optar por apenas um e dizer que o outro vai acabar. Tanto para quem produz conteúdo, quanto para quem anuncia e consome.

No caso de quem produz, há incontáveis ferramentas à disposição que facilitam o dia a dia, queimando inúmeras etapas e reduzindo custos. É claro que é preciso desenvolver múltiplas habilidades, mas isso também é benéfico. Para os anunciantes, as possibilidades de envolver o público e criar experiências únicas parecem não ter fim, enquanto o consumidor passa a ser o maior beneficiado com tantas opções.

E mesmo toda essa concorrência é vista com bons olhos pela executiva da Gawker Media. “Tem espaço para todo mundo. Isso nos estimula a nos dedicarmos mais, é o que nos torna melhores”.

Depois disso tudo, dá para concluir que o mercado de conteúdo digital no Brasil tem potencial – senão não chamaria a atenção de grupos internacionais – e que a concorrência existe e pode ser positiva, mas saber explorar vantagens como a produção local é fator determinante em qualquer estratégia.

 

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Campus Party Brasil: Ford apresenta o Developer Program

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Pela primeira vez em seis edições, uma montadora de carros participa da Campus Party Brasil. Se à primeira vista pareceu uma estranha associação, na verdade começou a fazer sentido depois que Scott Monty, líder global de mídias sociais da Ford, apresentou aos campuseiros o Developer Program, anunciado no início do mês na CES.

Em resumo, a montadora criou um kit para que os desenvolvedores criem aplicativos para smartphones, acessíveis por comandos de voz e que funcionem de maneira integrada com os carros pelo sistema Sync AppLink. O B9 esteve por lá e conversou com exclusividade com Scott Monty sobre a Ford, mídias sociais e o futuro do marketing digital.

Antes de continuar lendo este post, eis o que você precisa saber: além do trabalho na Ford, Scott Monty é blogueiro, podcaster e colaborador de vários veículos, como The Wall Street Journal, CNN e NBC, entre outros. Em 2011, esteve na lista dos top 10 influenciadores em social media da Forbes. Mesmo falando de mídias sociais de uma forma geral, seus exemplos em algum momento esbarram nas experiências da Ford, onde está desde 2008.

Estratégia

Existe uma crença hoje em dia de que uma marca só existe de verdade se está presente nas redes sociais. Criar um perfil ou página e postar qualquer coisa por lá não é o suficiente, é importante ter uma estratégia.

“É preciso pensar o que motiva você como empresa e onde as redes sociais se encaixam no seu plano de negócios. Na Ford, tudo o que fazemos em mídias sociais está ligado às metas que precisamos atingir: melhorar a reputação da empresa e ajudar a divulgar as vantagens do produto. Fora isso, é perda de tempo. Não fazemos social media porque é legal”.

Outro ponto importante é que cada rede social tem suas particularidades que devem ser levadas em conta na hora de produzir conteúdo, mas conhecer e entender seu público é fundamental para tornar essa comunicação eficiente. E, falando em público-alvo, você sabe onde o seu está?

“É claro que todas as marcas querem estar onde as pessoas estão. Mas se o seu público não está em determinada plataforma, não perca seu tempo com ela. Todo mundo acha que precisa ter uma página no Facebook, mas por quê? Você já fez uma pesquisa, verificou os números para ver se vale a pena?”, questiona.

Um bom analytics combinado com um instinto apurado sobre como seu conteúdo está sendo recebido são ferramentas eficientes para verificar se a estratégia está funcionando ou se precisa ser revista.

ford

Contexto é rei

Em 1996, Bill Gates escreveu um texto chamado “O conteúdo é rei”. Quase duas décadas depois, o conteúdo permanece importante, mas o que define sua relevância é o contexto. “Todo mundo está falando ao mesmo tempo. O contexto ajuda a nos livramos dos ruídos, a sintonizar a conversa e criar relações de confiança com as pessoas”, explica o executivo.

Quem fica com as mídias sociais?

Quem deve ficar com a bola das mídias sociais, o departamento de marketing ou de relações públicas? E o serviço de atendimento ao consumidor, onde entra? Para o executivo, esta divisão é equivocada e o ideal seria um trabalho integrado.

“O social não se dá em um único departamento. Eu sou da comunicação, mas o marketing tem um lugar na mesa, assim como o atendimento ao consumidor. Ignorar o marketing quando você está fazendo social significa que você está deixando para trás uma chance de ver aquele conteúdo amplificado”.

Nos próximos anos, inclusive, a Ford conta com um plano bastante ambicioso: fornecer meios para que todos os funcionários e departamentos da empresa que assim quiserem possam estar nas redes sociais, do design à manufatura. Sob uma orientação centralizada, é claro.

Ford x Social Media

A estratégia de ter pessoas de diferentes setores falando pela empresa – aliado ao fato de a família de Henry Ford ainda ser dona da maior parte das ações – permite que a Ford se posicione de uma maneira mais humana do que qualquer outra montadora, criando uma relação de confiança com o consumidor. “Hoje em dia, em tudo o que fazemos, nós tentamos ajudar as pessoas a entenderem quem são os funcionários por trás da marca, quem cria o design do carro, quem são os outros consumidores com os quais você pode se relacionar, que também são proprietários de carros da Ford.”

Isso não quer dizer que o fator humano irá funcionar para todas as marcas. “Não importa quem você é como marca nas mídias sociais, mas depende de você ser verdadeiro. As pessoas vão perceber se você não for autêntico.”

#SteerTheScript

Desde os anos 1990, a Lincoln não anuncia no Super Bowl. Agora com o nome Lincoln Motor Co., a marca caminha para um renascimento que será marcado pelo comercial que vai ao ar no jogo de domingo. No final do ano passado, Jimmy Fallon foi encarregado de pedir que as pessoas tuítassem suas “road stories” com a hashtag #SteerTheScript.

As cinco melhores foram escolhidas para fazer parte do roteiro do comercial do Super Bowl, que poderá ser visto já a partir de sexta-feira. “Foi um risco que corremos”, admite.

“É sempre um risco quando você entrega sua marca nas mãos do consumidor, especialmente se é uma marca que ainda está buscando se firmar como a Lincoln, que quer mostrar que é progressiva, moderna e ao mesmo tempo aconchegante”.

Futuro Mobile

Ao se falar em futuro do marketing digital, Scott Monty tem apenas uma palavra: mobile. Hoje em dia os dispositivos móveis estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas, o que exige das marcas um maior entendimento sobre como seus consumidores se relacionam com eles.

Nos próximos anos, será muito difícil pensar em experiências de marca sem incluir o mobile. A Ford está apostando nessa ideia com o lançamento do Ford Developer Program, pois defende que o Sync AppLink pode tornar a experiência de dirigir um carro melhor e mais segura, já que o motorista pode usar comandos de voz para acessar seu smartphone.

Por enquanto, o programa está trabalhando com três categorias (tanto nos sistemas iOS quanto Android): Notícias e Informação, Música e Entretenimento, e Navegação e Localização. Todos os aplicativos passarão pela análise da Ford, que depois irá trabalhar em parceria com os desenvolvedores para providenciar a distribuição.

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Instagram, música e direitos autorais

De tempos em tempos, a discussão em torno da propriedade intelectual na internet se intensifica, como aconteceu esta semana em função das novas regras do Instagram. Se na segunda-feira a rede social dizia que poderia utilizar comercialmente as imagens ali publicadas, sem notificar, creditar ou pagar seus autores, após pressão popular e uma debandada geral o discurso já evoluiu para um “fomos mal interpretados”. E se você está presente em alguma rede social, provavelmente leu alguma variação da frase “Baixa MP3 mas quer os direitos autorais das fotos no Instagram”.

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Pronto, agora chegamos onde eu queria: música.

Se você é da era pré-internet, como eu, deve se lembrar do tempo que levava para se conseguir o novo disco da banda que você curtia. Isso quando era lançado no Brasil. A MTV, apesar de diminuir um pouco as distâncias, também deixava a gente ainda mais atiçado por alguns artistas que eram considerados comercialmente inviáveis no país. Para os artistas, também era complicado: conseguir um contrato com uma gravadora poderia ser o fator determinante para se fazer sucesso ou ser condenado ao eterno anonimato. Só que no final dos anos 1990, as coisas começaram a mudar graças à popularização da internet e, junto com ela, a criação dos programas de compartilhamento de música, como o Napster.

A partir daí, ter um contrato com uma grande gravadora já não parecia tão importante. Isso era bom para artistas independentes, que poderiam divulgar sua música sem precisar do apoio de um grande selo, mas era ruim para as gravadoras e seus artistas consagrados, que começaram a perder dinheiro por conta da pirataria. Afinal, quem iria comprar discos?

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Essa nova era trouxe também uma busca constante por modelos de negócio que beneficiassem (e satisfizessem) artistas, gravadoras e consumidores.

Steve Jobs era um grande fã de música, mas foi a possibilidade de usar a abrangência do mercado musical para vender hardware o principal motivo por trás da criação da iTunes Store em 2003. O grande sucesso deste empreendimento foi uma consequência, já que a música puxou o hardware, que puxou a música, criando uma espécie de looping infinito. Com isso, o consumidor não precisava mais comprar um disco inteiro, apenas as músicas que quisesse. Gravadoras e artistas receberiam por isso e pronto: novas lojas e serviços seguindo esta mesma linha começaram a aparecer, como o MySpace, OiRdio, eMusic, Spotify e Amazon, para citar algumas.

É claro que tudo isso acabou gerando novas questões a serem resolvidas. Artistas e selos independentes são cada vez mais comuns. É o caso de músicos de renome como Chitãozinho & Xororó, Emicida, Gabriel O Pensador e Erasmo Carlos, para citar alguns. Só que para quem está começando, ou não tem ligação alguma com gravadoras grandes ou pequenas, surge o primeiro obstáculo: as lojas online não aceitam cadastros diretos de artistas, o que tornam necessários os serviços de distribuição digital, ou agregadores, como a ONErpm e o Tunecore.

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A questão é: que vantagem Maria leva em se livrar das gravadoras, mas utilizar um serviço de distribuição? A resposta está na divisão da receita gerada pelo trabalho dos artistas. Na época das majors, artistas recebiam algo em torno de 9 a 12% dos royalties de vendas, sem discussão. Para piorar, grande parte dos compositores não tinha nenhum controle sobre sua obra, salvo aqueles que conseguiam incluir isso em contrato. Os Beatles, por exemplo, enfrentaram diversos problemas neste sentido. E, acredite, eles também tiveram dificuldades ao entrar no mercado americano, já que as editoras musicais costumam fazer acordos territoriais. Ou seja: o que vale em um país não vale no outro.

Uma distribuidora, então, atua como uma facilitadora para que os músicos possam se inserir em diferentes mercados, seguindo as regras de cada um deles, sem precisar ter uma gravadora. Em resumo, aquela relação major-artista se inverte completamente. “Aqui os artistas ficam com 85% da receita gerada por sua música, em um acordo 100% não-exclusivo, que os deixam ter completo controle sobre sua obra – o que significa escolher onde, quando, como e por quanto ela será comercializada”, foi o que me disse Emmanuel Zunz, CEO da ONErpm.

Pois agora nos aproximamos da esquina do Instagram com o YouTube, ambos serviços gratuitos que hospedam conteúdo gerado/criado pelos usuários (e também músicos, fotógrafos, artistas). A quem pertence esse conteúdo? Ao serviço que o hospeda e que de certa forma possibilitou os meios e ferramentas para sua criação e circulação ou ao usuário que o gerou? E mais: quem pode ganhar dinheiro com essas fotos, músicas, textos? Talvez a reposta correta seja: os dois.

Temos exemplos disso. A ONErpm anunciou esta semana uma parceria com o YouTube e Grooveshark para dividir as receitas entre os serviços e os criadores. No caso específico do YouTube, a distribuidora passará a enviar todo seu acervo de áudio para que o serviço de vídeo faça a identificação automática do conteúdo que circula no site, seja ele gerado pelo próprio artista ou pelos usuários (tipo o cara que faz aquele videozinho no PowerPoint e usa o som do Bad Brains na trilha sonora). Com isso, os artistas serão informados da utilização de sua obra e aí poderão decidir o que fazer: retirar o conteúdo do ar ou permitir a utilização gratuita ou paga. Isso fará com que os músicos recebam sua parte dos royalties de sincronização musical gerados pelos anúncios que circulam no YouTube. Igualzinho ao que o Instagram está propondo, só que não.

instagram

A discussão em torno da propriedade intelectual – seja ela na forma de fotos, música ou qualquer outro tipo de conteúdo – está longe de acabar. Uma vez que você cria algo e compartilha na internet, é difícil manter o rastro sem ajuda e infelizmente a gente acaba se sujeitando às consequências. O mais importante é manter a discussão acesa, buscando soluções que beneficiem tanto quem cria quanto quem consome conteúdo, e não esperar a água bater na bunda para pensar a respeito, usando dois pesos e duas medidas.

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RT, CTRL+C CTRL+V, EMBED, FWD ou WRITE, REC, CLICK?

Blogs, Twitter, Flickr, Tumblr, YouTube, Facebook, Orkut, LinkedIn…. A lista é imensa, quase infinita, e a cada minuto são lançadas várias novas ferramentas de mídias sociais e relacionamento de pessoas, certamente.

Content is king, ouve-se por aí, mas as vezes fico com a sensação que o King está nú!

Dizem que nunca se escreveu tanto nem se produziu tanto conteúdo como nestes tempos modernos onde todo mundo virou publisher.

RolfconCreative Commons License foto: BERart

Mas será mesmo que todo mundo virou publisher, fico me perguntando, até porque tenho uma empresa de produção de conteúdo e pretendo poder viver – não está fácil, mas sou empreendedor persistente! – de produzir conteúdo, e essa questão vem me perturbando um pouco.

Talvez a melhor resposta seja MAIS OU MENOS. RT, CTRL+C CTRL+V, EMBED, FWD é produção de conteúdo?

Penso que não.

É distribuicão de conteúdo, claro, é re-empacotamento de conteúdo em alguns casos e, em muitos outros é cópia descarada mesmo de algo feito por alguém outro.

Só quando estamos no modo WRITE, REC ou CLICK, é que estamos, de fato, criando conteúdo. Mas será que essa discussão tem alguma importância num mundo digital social?

Talvez para a maioria das pessoas comuns, não. Pode ser que isso seja totalmente irrelevante, pois o que vale é achar coisas legais e dentro dos interesses dela, pouco importando de onde veio ou por que foi originalmente produzido… ou não?

Por outro lado, pra quem de alguma maneira lida com conteúdo, seja profissionalmente ou mesmo como algo mais pessoal num blog ou no twitter, acho que vale uma provocação pra pensar: há vida longa na web pra RT, CTRL+C CTRL+V, FWD e EMBED?

Não, penso eu.

Pode-se enganar por um tempo (e enganar a você próprio, cuidado), mas a web é uma anarquia mas é também auto-reguladora e, num prazo maior, auto-depura o que tem originalidade, o que é novo, diferente e autêntico, do que é CTRL+C CTRL+V (especialmente o CTRL++C em inglês para CTRL+V em português – ainda tão comum por aí), EMBED, RT ou FWD.

E tenho observado que mesmo para aquele internauta comum o que acaba sendo mais visto, lido, comentado, é o conteúdo que é original, novo, e não a eterna web-reciclagem geral.

Pode ser até que o internauta não vá à fonte, tendo acesso ao original via um RT ou um EMBED, mas ele sabe quem fez aquilo, reconhece o autor e não tenho visto retuiteiros mór serem percebidos como produtores de conteúdo original e relevante, por exemplo.

Já pensou nisso? Você tem ligado seu modo WRITE, REC ou CLICK ultimamente?

Se não, dá RT aí. ;)

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Philips revela trailer de “Parallel Lines”: Cinco histórias com um único diálogo

Parallel Lines

A Philips publicou o trailer do projeto online “Parallel Lines”, produzido em conjunto com a Ridley Scott Associates e seus cinco principais diretores: Greg Fay, Johnny Hardstaff, Carl Erik Rinsch, Jake Scott e Hi-Sim.

A premissa é simples, mas desafiadora: contar 5 histórias de gêneros diferentes, mas todas com os mesmos diálogo. O primeiro curta tem estreia marcada para 8 de abril, no canal Philips Cinema no YouTube.

A marca ainda promove seu canal no Facebook, com conteúdo focado no projeto.

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MTV Brasil notifica Google e quer todo seu conteúdo excluído do YouTube

MTV Brasil YouTube

Contra a distribuição do conteúdo de suas afiliadas (MTV, Paramount, Nickelodeon, etc) no YouTube, a Viacom tenta receber do Google 1 bilhão de dólares, em uma complicada e sigilosa ação judicial movida desde 2007.

A briga é antiga, mas agora até a MTV Brasil, que desde o fim do ano passado nem pertecem mais a Viacom, resolveu seguir os passos de sua antiga dona. A emissora notificou extrajudicialmente o Google, e quer receber pelo conteúdo de sua propriedade que está no YouTube. E enquanto esse dinheiro não vem (se é que um dia virá), informa que quer toda a sua produção excluída do site.

O diretor-geral da MTV, André Mantovani, declarou que caso o Google não pague, “medidas judiciais” serão tomadas.

É claro que todo mundo espera um acordo justo entre as empresas, mas parece que a primeira abordagem não foi das mais amigáveis. Olha que bonita a parceria que a CBS, que um dia foi a Viacom, tem com o YouTube. Sigam o exemplo.

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“If I Can Dream”: A primeira série no Hulu que você poderá assistir

Hulu If I Can Dream

Qualquer vídeo do Hulu que você dê play, vai ter que encarar a irritante mensagem lembrando que você é um brasileiro e deve se manter longe dali. Nada de filmes, episódios de séries, e nem mesmo trailers para nós.

“If I Can Dream” é a primeira iniciativa do Hulu com conteúdo original, que será distribuído exclusivamente através do site, e sem restrições geográficas. Em parceria com a 19 Entertainment, a série com episódios semanais vai apresentar cinco aspirantes a artistas, que estão em busca de fama em Hollywood.

A grande questão é se formato de distribuição e a internet como mídia, o que obviamente proporciona um alcance muito maior de audiência, consegue gerar um produto de sucesso, comparável as séries blockbusters da televisão.

Acho que ninguém é ingênuo de duvidar desse potencial, mas primeiro seria preciso investir pra isso. Assistindo a prévia de “If I Can Dream”, que estreia no dia 2 de março, a qualidade não me parece compatível para gerar um sucesso, seja na TV, na internet ou em qualquer tamanho de tela.

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iTunes Rewind 2009

iTunes Rewind 2009

A Apple fez uma retrospectiva de tudo o que foi sucesso na iTunes Store durante o ano, e lançou a seção especial “Rewind 2009″

A lista incluí música, filmes, séries, audibooks e podcasts, porém, nos interessa especialmente os best-sellers na categoria aplicativos. Cada segmento é dividido em duas partes, os melhores avaliados e os mais vendidos.

Vale ver a lista inteira. Vai lá.

iTunes Rewind 2009

iTunes Rewind 2009

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We’re All Fans


Lindo site de aquecimento pro 52o. Grammy. Execução ótima de uma idéia simples.
(via @ronaldotavares)

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The Sun: O melhor handheld da Inglaterra, há 40 anos

Para comemorar os 40 anos do The Sun, a Glue London criou esse filme parodiando os já clássicos e minimalistas comerciais do iPhone.

O filme é bem bacana, e (novamente) na minha opinião, mostra a inquietção dos jornais em continuar se comparando aos novos meios e tecnologias. Talvez na hora que todos perceberem que não é uma competição, e que os meios podem inteligentemente conviver, a coisa toda mude de figura.

Digo isso porque o The Sun, é mais um jornal enfrentando problemas e tentando achar um modelo comercial para sobreviver, justamente brincando com o iPhone, que funciona em cima da iTunes Store, dona do (até então) melhor modelo de comercialização de conteúdo por aí (opinião minha também).

No meu útlimo post, fui chamado de Rupert Murdoch (dono do The Sun aí de cima) por falar que o Brasil tem uma cultura de não se pagar por conteúdo.

Depois de vários comentários, citando livros e portais como argumentos sólidos a minha opinião, digo aos xiitas que não entendem o que é generalizar: Não. Pagar por contúdo não é um problema só do Brasil. Não. Não acredito que todo conteúdo deva ser pago. Sim, existem modelos ótimos, brasileiros e estrangeiros, com conteúdo cobrado e sem tanta reclamação.

Meu objetivo com o post anterior, e com esse post, é dar a minha opinião e justamente gerar a discussão. Acredito no exercício, e acho que ele nos leva a evolução.

Quem sabe uma das pessoas que se preocupou em opinar no lugar de atacar, consiga encontrar um modelo genial pra cobrar por conteúdo ou um outro modelo genial para dar conteúdo grátis sem precisar sobreviver de tijolinhos e bannerzinhos.