O que todo brand manager precisa prestar atenção na campanha da Nike para a Copa

Deixa eu te contar qual a parte que eu mais gosto do meu trabalho. Eu sou louco por desconstruir ideias, a versão mental de abrir aquele brinquedo para ver como ele é feito (ainda bem que não preciso remontar depois antes que meus pais percebam que eu quebrei tudo). Se eu vejo alguma campanha e rola aquele arrepiômetro de “é isso!” eu preciso saber o que é esse isso. Eu faço assim com filmes, séries, livros e sim, com campanhas publicitárias. Já fiz jobs que foram um sucesso e que depois descobri que foram sucesso por motivos diferentes do que eu tinha pensado quando o concebi. Em outras palavras, dei sorte e preciso aprender como não precisar contar com a sorte da próxima vez. Desmontando as coisas eu ganho pecinhas mentais para construir as próximas.

Essa nova campanha de Nike pra ~Copa do Mundo~, “Winner Stays”, causou isso em mim quando foi lançada ontem e cá estou eu aqui, numa manhã de sábado, inclinado em cima do computador tentando botar as peças de volta no lugar. Em 2010 nossas cabeças foram explodidas com “Write de Future”, uma história que saiu do celeiro do Sr. Wieden e do Sr. Kennedy para coisas épicas. Em 2010, “Write the Future” era a melhor maneira de falar sobre o momento máximo do futebol e, chegando 2014, todo mundo que trabalha com isso queria ver-na-Copa: qual vai ser o “próximo Write the Future”. Taí ele.

Winner Stays é sobre a era das redes sociais sem ficar se preocupando no que “funciona na xoxal media”.

“Write the Future” era a Nike dizendo “Eu sou foda, eu patrocino os jogadores mais fodas do mundo e chegou o momento mais épico de eles decidirem como vai ser a vida deles: aquele campeonato que a gente não pode dizer o nome porque quem patrocina é meu concorrente.” Essa história fala muito com o moleque-boleiro que respira futebol o tempo todo — o principal target da Nike em futebol — e também se aplica à vida de qualquer um. Cada momento é decisivo, cada decisão certa e errada muda toda a história da sua vida. Tenha medo. Brilhe. Quando em novembro do ano passado eu vi o meu xará pegar a bola quase no meio de campo e, sozinho, classificar Portugal pra Copa na hora me veio “Write the Future” na cabeça.

Nike

Na Copa de 2010 não tinha Instagram nem Snapchat. O orkut ainda era líder no Brasil, Twitter era coisa da alta social media, o iPhone tinha sido lançado 3 anos antes

Portugal estava fora 1 segundo antes e agora tudo tinha mudado. Os contratos do Ibrahimovi? é que estavam sendo rasgados e Gael García Bernal recebia uma ligação para estrelar “Rolando 2, A Vingança”. Só que estamos em 2014. Pode não parecer mas a gente mudou pra caramba de lá pra cá. O mundo político e econômico pode nem ter mudado tanto, mas a maneira como a gente se vê deu uma guinada gigante.

Tudo isso por causa de uma coisa: o mobile. Eu podia dizer que o que mudou mesmo de 2010 pra cá foram as redes sociais, e eu não estaria de todo errado. Mas é que as redes sociais viraram mainstream, orkutizaram se você preferir, por causa do mobile. Até então rede social era coisa de quem tem computador ou bota dinheiro na lan, ainda era coisa de nicho e de nerd. Com um celular na mão rede social passou a ser coisa de todo mundo. Um bilhão de pessoas usam o Facebook via mobile no mundo. O Zazap já tem metade desse número.

Na Copa de 2010 não tinha Instagram nem Snapchat. Em 2010 o orkut ainda era líder no Brasil, Twitter era coisa da alta social media, o iPhone tinha sido lançado 3 anos antes e o Android tinha 2 anos de idade. Quatro anos depois e o número de pessoas acessando o Facebook via telefone ou tablet já é maior que a metade do número de usuários ativos. É só mais gente online? Sim, mas estar conectado ao mundo em um dispositivo que não só está o tempo todo com você como tem uma câmera muda completamente jogo (pra não passar esse texto sem nenhuma analogia futebolística, sabe).

Dizer que a comunicação agora é mobile é mais do que fazer imagens que podem ser vistas em telas pequenas. É pensar em como isso mudou nossa maneira de ver o mundo e nós mesmos.

Nike

A chave para entender “Winner Stays” é contrastá-lo com “Write the Future”, que era sobre superstars fazendo superstarzices. A gente era só a torcida vendo o jogo pela TV. Agora é outra parada.

“Pô, Cris, mas o que o telefone celular tem a ver com um comercial onde um monte de gente joga bola? Quero fumar o que você fumou.” O mobile mudou a maneira como a gente se vê. Com a dobradinha redes sociais + mobile o foco virou totalmente para as pessoas que importam, nós e nossos amigos. Literalmente: se antes a câmera apontava pro mundo agora celular bom tem que vir com câmera que olha pra gente. Eu, eu, eu e meus parça junto.

Em 2009 escrevi um texto profetizando que as redes sociais iam acabar com o conceito de celebridade, que nós íamos ser as celebridades, cada pessoa do planeta sendo estrela pros nossos amigos. Eu confesso que até pouco tempo eu andava deprê com esse post, choramingando por aí que tinha errado na previsão, o cachê do Luciano Huck sambando na minha cara. Agora me parece que as coisas estão mudando sim. O Instagram, por exemplo, é a rede das fotos hipsters, dos ângulos bem sacados, das texturas orgânicas, dos pezinhos vestindo All-Star vistos de cima, certo? Errado, esse é o seu Instagram e o meu.

Pegue uma amostragem real de pessoas e o que você vai ver no Instagram é gente. Rostos, selfies, amigos, galera, the zuera never ends. Se o Instagram é feito de momentos estes momentos estão recheados de pessoas. É para isso que elas usam suas câmeras, para falar das outras pessoas à sua volta. A chave para entender “Winner Stays” é contrastá-lo com “Write the Future”, que era sobre superstars fazendo superstarzices e dando pra molecada a mensagem de que “você pode ser esse cara, é só escrever seu futuro”. A gente era só a torcida vendo o jogo pela TV. “Winner Stays” é outra parada.

Winner Stays é a propaganda máxima da era do selfie.

Nike

Em vez de ficar tentando fazer “o que funciona no mundo xoxal”, a Nike foi na essência do que é vivermos num mundo conectado

A Nike podia fazer o que muita marca aí vem fazendo. “Vamos publicar um selfie! Tá todo mundo fazendo um selfie!” It’s not the selfie, bitch! É o que o selfie significa. É ter as pessoas como centro da mensagem, é a marca falando como pode ajudar a vida das pessoas e não falando “olha como eu sou incrível”, contado de uma maneira incrivelmente criativa. Quando as maiores celebridades do mundo tiraram um selfie no Oscar o que foi que a gente pensou? “Que legal, eles são toscos que nem eu.” E o selfie saiu da marginalidade. (obrigado, Ellen)

“Winner Stays” é um monte de moleque maluco por futebol encarnando seus ídolos. É todo mundo ali no campo, é Neymar e Rooney ajudando os caras, junto e misturado. Porque pro moleque do campinho de terra o Neymar é celebridade mas aquele colega que joga do lado dele, que é muito fera e que todo mundo tem certeza que vai virar profissional um dia, esse cara também é celebridade pra aquela galerinha, ele é sucesso, todo mundo quer ser ele.

A patada de misericórdia é o final do filme. É pênalti. Aí o lelek vira pro CR7 e diz “Deixa que eu bato.” É o Ronaldo, cara! Bola de ouro, milionário, pega-geral, barriga-de-tanquinho! “É, deixa que eu bato.” A torcida no filme enlouquece, eu enlouqueço. “Ma che è questo???” O moleque dá uma cavadinha. É gol! Fim de jogo, quem ganhou fica, quem perdeu vai pra de fora. O gol não foi do Ronaldo, o gol foi meu e seu, porque a gente é tão sinistro quanto o Ronaldo. Pelo menos nas nossas mentes.

Em vez de ficar tentando fazer “o que funciona no mundo xoxal”, a Nike foi na essência do que é vivermos num mundo que vai caminhando para ser todo conectado e com uma puta ideia criativa se conectar com essa verdade. Chega de falar de mim, vamos falar de você. Viralizar é a única consequência possível.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Nike tenta criar a partida de futebol perfeita…ou quase isso

A menos de dois meses para o início da Copa do Mundo FIFA 2014, o futebol tem sido tema recorrente nos comerciais de diversas marcas, algumas delas se saindo muito bem – especialmente aquelas que têm feito isso extraoficialmente, como foi o caso da TAM recentemente. Hoje, a Nike colocou no YouTube um novo filme que simplesmente extrapola os limites da imaginação ao tentar criar a partida de futebol perfeita… ou pelo menos o mais próximo disso.

Com criação da Wieden + Kennedy de Portland, Winner Stays tem direção de Ringan Ledwidge (quem não se lembra de outro trabalho dele, Os Três Porquinhos?)e produção da Rattling Stick, com VFX dos mestres do The Mill. 

E não é só nos bastidores que foi criado uma espécie de time dos sonhos, já que o elenco de estrelas do futebol – e de outros segmentos – também é de tirar o fôlego: Cristiano Ronaldo, Neymar., Wayne Rooney, Zlatan Ibrahimovi?, Gerard Piqué, Gonzalo Higuaín, Mario Götze, Eden Hazard, Thiago Silva, Andrea Pirlo, David Luiz, Andrés Iniesta, Thibaut Courtois e Tim Howard.

Kobe Bryant, Jon Jones, Anderson Silva e Irina Shayk também fazem uma aparição, mas quem rouba a cena de verdade é o Incrível Hulk (sim, o super-herói, não o jogador…), que entra no jogo graças ao VFX da Luma Pictures.

Ao longo de quatro minutos, a gente se vê envolvido pela história de alguns garotos em uma partida de futebol, que resolvem assumir a identidade de seus jogadores favoritos. É claro que nem sempre as coisas saem do jeito que eles imaginaram, mas vale tudo nessa brincadeira.

Com legendas em português.

nike nike1

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Adidas leva Brazuca para um passeio ao redor do mundo

A Adidas resolveu levar a Brazuca, bola oficial da Copa do Mundo FIFA 2014, por um passeio ao redor do mundo alguns meses antes do início do evento. “Brazuca Around the World” é uma série de webdocumentários que propõe mostrar a paixão pelo futebol compartilhada por diferentes nações.

Os depoimentos foram registrados por seis câmeras inseridas dentro da bola – apelidada de Brazucam -, o que permitiu a captação de imagens em 360º. Abaixo, o primeiro episódio nos leva a Espanha, onde a Brazuca desembarcou com o objetivo de descobrir o segredo de La Roja: o que torna a Seleção da Espanha quem ela é? A resposta: é preciso um time inteiro para se levantar um troféu.

A próxima parada é a Alemanha. Também possível acompanhar as andanças da Brazuca pelo Twitter ou no site oficial da Adidas.

A criação é da TBWA.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Adidas lança Play Fast or Fail

Para promover a linha adiZero f50, de Lionel Messi, a Adidas lançou o game Play Fast or Fail, criado pelo estúdio MediaMonks. O cenário é o Rio de Janeiro, durante um jogo da Copa do Mundo 2014, e o objetivo é simples: fazer gols. Só que, para isso, o usuário tem de ser rápido e driblar os jogadores do time adversário.

A sacada, entretanto, é que a velocidade do jogador é definida por tweets ao vivo com a hashtag #Teammessi. Quanto maior o buzz da torcida, maior a velocidade do usuário, que pode acompanhar o “buzz-meter” em tempo real.

Além do game, a campanha inclui um filme criado pela iris, e também produzido pelo MediaMonks, que ficou responsável pelo CGI. Vale o play.

messi

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

Aplicativo promete reinventar a experiência do futebol

Outro dia a gente falou por aqui sobre Mobilizing The 12th Man, uma ação que permitiu que os torcedores do C.S. Hammam-Lif estivessem virtualmente presentes em uma partida decisiva do time, na Tunísia. Se você é fã de futebol e ficou imaginando como seria ter um aplicativo destes para usar naqueles jogos em que você gostaria de ir, uma alternativa é o Vubooo, que promete “reinventar a experiência do futebol”. A versão oficial, que ganha uma nova interface, deve ser lançada ainda este mês.

Apesar do nome estranho – que soa como vodu, mas nada mais é do que uma combinação de vuvuzela e a onomatopeia ”boo” -, a ideia é criar uma maior interação em tempo real entre os torcedores, em um estádio virtual especialmente criado para isso, com foco maior na comunicação visual.

Entre os destaques do aplicativo, é possível arriscar palpites do placar final das partidas, distribuir cartões amarelos e vermelhos, expressar os sentimentos diante de uma jogada, entre outras possibilidades. Isso sem contar que é uma forma diferente de se acompanhar o jogo pela internet, já que as atualizações são feitas em tempo real.

O grande teste foi na semifinais da UEFA Champions League – foram mais de 200 mil interações durante os jogos -, mas os fundadores e fãs declarados do Barcelona Itav Topaz e Alon Har-Tal parecem já estar de olho na Copa de 2014. Segundo Itav, o aplicativo comprovou ser 3x mais engajador que o Twitter, mas resta saber se vai cair no gosto dos brasileiros.

O aplicativo oficial estará disponível para download somente para iOS, mas antes que o mi-m-imi comece, a gente descobriu que a versão beta para Android foi atualizada recentemente e continua disponível na Google Play. Pelo menos por enquanto, é gratuito para os dois sistemas.

vubooo

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie

O nome do mascote da Copa 2014: Amijubi, Fuleco ou Zuzeco?

Definido o tatu-bola como mascote da Copa 2014 no Brasil, a FIFA agora pede ao público para que escolha o nome do bicho.

O público-alvo de todo mascote de evento são crianças, de 5 a 12 anos, mas no caso no tatu a ideia foi chamar atenção também para a importância do meio ambiente e da ecologia.

Eu acho muito bonito até aqui, mas as três alcunhas propostas não ajudam: Amijubi, Fuleco e Zuzeco. Pior do que a piada pronta do “fuleco”, é o processo criativo dos nomes. “Amijubi é a união das palavras ‘amizade’ e ‘júbilo’”, diz a FIFA.

Você pode votar no site (também necessitado de um designer): mascot.fifa.com

Confira abaixo a explicação para cada nome:

AMIJUBI

Amijubi é a união das palavras “amizade” e “júbilo”, duas características marcantes da personalidade do nosso mascote e que refletem a maneira de ser dos brasileiros. Além disso, esse nome tão original está ligado ao tupi guarani, em que a palavra “juba” quer dizer amarelo – a cor predominante no mascote!

FULECO

Fuleco é a mistura das palavras “futebol” e “ecologia”, dois componentes fundamentais da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. O nome do nosso mascote mostra como essas duas palavras combinam perfeitamente e ainda incentivam as pessoas a ter mais cuidado com o meio ambiente.

ZUZECO

Zuzeco foi formado dos elementos principais de “azul” e “ecologia”. Azul é a cor dos mares da maravilhosa costa brasileira, dos rios que cruzam o país e do nosso lindo céu. E é também, claro, a cor da carapaça especial do mascote. Ele sabe que pertence a uma espécie vulnerável e por isso, também sabe o quanto é importante divulgar e incentivar a conscientização ecológica entre seus amigos do mundo inteiro.

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement


Tatu-Bola: O mascote da Copa do Mundo de 2014

Segundo a revista Veja (me perdoem) esse aí em cima será o mascote da Copa do Mundo 2014, no Brasil.

A mesma publicação havia levantado o boato em março passado, de que o mascote seria um tatu-bola, mas a FIFA desmentiu e disse que o anúncio oficial só aconteceria em setembro. Bem, agora estamos em setembro.

O curioso é que a Coca-Cola lançou durante a semana um concurso para definir as características do mascote, que, pelo visto, não vai apitar nada. Aliás, o app do Facebook dessa ação é ótimo para observarmos o nível de analfabetismo funcional do país.

Vale lembrar que o nome escolhido para a bola foi Brazuca, com mais de 70% dos votos, segundo votação popular da Adidas.

Quanto ao mascote, se for esse mesmo, o povo quer saber: Quem criou?

Brainstorm9Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie


Advertisement